Óxido nítrico
Óxido nítrico Alerta sobre risco à saúde | |
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Outros nomes | Monóxido de nitrogênio Monóxido de azoto |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
DrugBank | DB00435 |
KEGG | |
ChEBI | |
Número RTECS | QX0525000 |
Código ATC | R07 |
InChI | InChI=1/NO/c1-2 |
Propriedades | |
Fórmula molecular | NO |
Massa molar | 30.006 g/mol |
Aparência | gás incolor paramagnético |
Densidade | 1.269 g/cm3 (líquido) 1,25 kg·m−3 (15 °C, 1 bar)[1] |
Ponto de fusão | −164 °C [1] |
Ponto de ebulição | −152 °C [1] |
Solubilidade em água | 60 mg·l−1 (20 °C) [1] |
Solubilidade | solúvel em álcool, disulfeto de carbono (CS2) |
Índice de refracção (nD) | 1.0002697 |
Estrutura | |
Forma molecular | linear, C∞v |
Termoquímica | |
Entalpia padrão de formação ΔfH | +90.29 kJ/mol |
Entropia molar padrão S | 210.76 J K−1 mol−1 |
Farmacologia | |
Biodisponibilidade | good |
Via(s) de administração | Inhalation |
Metabolismo | via pulmonary capillary bed |
Meia-vida biológica | 2–6 seconds |
Riscos associados | |
MSDS | External MSDS |
Índice UE | Not listed |
Principais riscos associados | Tóxico |
NFPA 704 | |
Frases R | R8, R26, R34 |
Frases S | S9, S17, S26, S28, S36/37/39, S45 |
Ponto de fulgor | Non-flammable |
LD50 | 5000 ppm·25 min−1 (Cães, LCLo, inh.)[2] 320 ppm (Camundongo, LCLo, inh.)[3] 1068 mg·m−3·4 h−1 (Ratos, LC50, inh.)[4] |
Compostos relacionados | |
óxidos de nitrogênio relacionados | Óxido nitroso Trióxido de dinitrogênio Dióxido de nitrogênio Tetróxido de dinitrogênio Pentóxido de dinitrogênio |
Compostos relacionados | Monóxido de carbono Monóxido de cloro Monóxido de enxofre |
Excepto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições PTN Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
Origem biológica
A síntese de NO se realiza por ação de uma enzima, a óxido nítrico sintetase (NOS) a partir do aminoácido L-arginina que produz NO e L-citrulina, necessitando da presença de dois cofatores, o oxigénio e o fosfato dinucleótido adenina nicotinamida (NADPH).O NO é produzido por uma ampla variedade de tipos celulares que incluem células epiteliais, nervosas, endoteliais e inflamatórias. Existem três formas de NOS, 2 denominadas constituitivas e dependentes do cálcio (cNOS), que são a endotelial e a neuronal, as quais sintetizam NO em condições normais, e a independente do cálcio (iNOS), que não se expressa ou fá-lo em muita pouca quantidade em condições fisiológicas.
Produção e efeitos ambientais
A altas temperaturas o azoto molecular e o oxigênio podem combinar-se para formar óxido nítrico (por exemplo, no antigo processo de produção do ácido nítrico por Birkeland-Eyde). A maior produção natural é no relâmpago. A atividade humana aumentou drasticamente a produção de óxido nítrico em câmaras de combustão. Uma proposta de conversores catalíticos nos automóveis reverte parcialmente esta reação.O óxido nítrico no ar pode converter-se mais tarde em ácido nítrico, um dos implicados nas chuvas ácidas, ou reagir formando ozônio nas metrópoles poluídas smog fotoquímico
Aplicações Técnicas
É um intermediário no Processo Ostwald, que converte a amónia em ácido nítrico, através da passagem de amônia e ar em telas catalíticas de Platina (95%) /Rhódio (5%). A típica conversão química é de 99-90% por campanha de tela, com a formação de nitrogênio e óxido nitroso como reação secundária.O óxido nítico poder ser usado para detectar radicais de superfície em polímeros. Bombardear a superfície do polímero com óxido nítrico resulta na incorporação do nitrogénio que pode ser quantificado por espectrocopia fotoelectrónica por Raios-X.
O óxido nítrico é incolor. Contudo, sua liberação na atmosfera é notada pela cor castanha. Em presença do oxigênio do ar, oxida-se rapidamente a dióxido de nitrogênio que dimeriza-se ao gás castanho tetróxido de nitrogênio, (N2O4).
Apesar da sua toxicidade, com efeitos semelhantes ao monóxido de carbono, dado o efeito da liberação na atmosfera, a experiência industrial tem demonstrado que é o NO2/N2O4 formado no ar, corrosivo, que provoca os danos da exposição (principalmente ataque ácido na mucosa do pulmão pela formação de ácido nítrico). Os primeiros sintomas da exposição leve é uma ligeira dor de garganta, 12 a 24h após a exposição.
Funções biológicas
No organismo, o óxido nítrico e sintetizado a partir da arginina e do oxigénio, pela enzima sintase do óxido nítrico (NOS).
O endotélio (a fina camada de células mais interna dos vasos sanguíneos) usa o óxido nítrico para comandar o relaxamento do músculo liso da parede do vaso, fazendo com que este dilate aumentando assim o fluxo sanguíneo e diminuindo a pressão arterial. Isto explica o uso da nitroglicerina, nitrito de amila e outros derivados no tratamento da doença coronária: estes compostos são convertidos em óxido nítrico (por um processo não muito bem conhecido) que por sua vez dilata as artérias coronárias (vasos sanguíneos na parede do coração) aumentando assim a sua irrigação. O óxido nítrico também desempenha um papel importante na erecção do pénis, e explica o mecanismo do sildenafil ou Viagra, que envolve o mecanismo referido acima com o guanil ciclico (GMP).
Os macrófagos, células do sistema imunitário, produzem óxido nítrico como composto nocivo para bactérias, devido à sua capacidade de formar espécies reactivas de azoto. Mas em certas circunstâncias isto pode trazer efeitos colaterais indesejáveis: uma sepsis generalizada pode levar a uma produção exagerada de óxido nítrico pelos macrófagos, que leva a uma vasodilatação generalizada podendo ser uma das causas da hipotensão (pressão arterial baixa) na sepsis.
O óxido nítrico tem também funções de neurotransmissor entre as células nervosas. Ao contrário dos outros neurotransmissores que funcionam geralmente no sentido da membrana pré-sináptica para a membrama pós-sináptica, o óxido nítrico (NO), por ser uma gás muito solúvel, pode actuar em todas as células adjacentes paracrinamente e autocrinamente, sem ser preciso estar envolvida uma sinapse física. Esta propriedade pensa-se que poderá estar envolvida na formação da memória.
A descoberta das funções do NO na década de 1980 vieram surpreender e mexer com a comunidade científica. Foi nomeada "Molécula do Ano" em 1992 pela Science, foi fundada a Nitric Oxide Society e foi criada uma revista científica só para estudos relacionados com esta molécula. O Prémio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1998 foi atribuído a Ferid Murad, a Robert F. Furchgott e a Louis Ignarro pela descoberta das propriedades sinalizadoras do óxido nítrico. Estima-se que cerca de 3,000 artigos científicos são publicados por ano sobre o papel fisiológico do óxido nítrico.
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